amor de verdade que lhe custa os olhos da cara não é amor de verdade porque amor de verdade não arranca pedaço nem fígado beiço baço nem braço de abraçar amor de verdade que lhe custa o tempo todo da vida não é amor de verdade porque amor de verdade não se espera até tarde …
algumas pessoas são eternas meu velho há sempre um alguém para sempre fazem falta algumas pessoas fazem falta quando apagadas como chama de vela pelo vento que ventava fazem calma algumas pessoas fazem calma quando ensinadas que pelo silêncio tudo se fala fazem alma algumas pessoas fazem alma quando dão sentido à vida das pessoas …
I corpos diagonais avançam retos quando de súbito os olhares incidem pernas molengas corações em baderna ela deseja o perto ele perdeu-se rubor em rosto e o gosto do porvir desmembra e faz graça com os planos da solidão ela de vestido colorido com um sorriso espalmado bolsa de moça cabelos cortados ele de roupas …
fiz valsa pequena pra dançar de dois pra qualquer hora você me buscar e me acompanhar sozinho giz alguns poemas pra te merecer rimas sonetos só pra te encantar e te acostumar comigo quis algumas flores pra te dar amor a melhor forma de te bem tratar e nunca faltar carinho diz qualquer palavra que …
pensando bem as flores andam todas rodando muito soltas nos vestidos das moças nos verões e se ficar atento às vezes bate um vento que faz das flores vivas enfeitando a graça dos dias deve ser por isso que se diz assim menina do mato deve ser por isso que a chamamos assim de flor …
tinha mãos levantadas erguidas bem alto como quisesse tocar o céu mas era só rendição os lábios fraturados pela sede apertavam-se trêmulos como estivessem prestes a dizer mas era só medo e silêncio e aquelas roupas imundas faziam dele um pedaço magoado de uma terra sozinha e medonha onde os maus se achegavam aos montes …
mãe não arreda o pé enquanto a gente não fica sabido pra não escaparmos ao mundo sem qualquer opinião e faz de conta que não viu nossos deslizes todos pela vida encontra sempre uma escapadela para burlar nossos defeitos emuralhados eis uma coruja astuta apegada às madrugadas espantando pesadelos e mosquitos feito uma zeladora à …
desmerecida a vida inteira com as crianças rodeando sua saia imunda e suas pernas-vareta febril e suja mãe desgarrada das bonitezas mas não das virtudes no barraco buracos e muvuca e afetos contorcidos para caberem todos e os dentes fujões e os maridos joões que abandonaram a mãe na penumbra da vida e há moleques …
já é hábito teu hálito no meu ocupando o lugar das palavras até agora não faladas já que viemos aqui pra conversar não foi e até agora nada nem um pio sequer já é rápido teu olhar no meu como a caça à cata d’um lugar pra estar se esconder do mundo num abraço …
cabelos mexidos de moça maluca que batem na nuca e voam se venta os olhos bagunçados como se sempre à procura daquela mistura do heterogêneo amor no dentro do pescoço um laço um nó na garganta que sempre se arranca quando ela sorri espichada e plena miúda e serena não sei como faz para ser …
